Engagement Pods: o fim da falsa influência no LinkedIn

Engagement Pods: o fim da falsa influência no LinkedIn

14 / 09 / 2025
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A ascensão de um ecossistema profissional — e seus desvios

Nos últimos anos, o LinkedIn conquistou merecidamente a posição de principal ecossistema profissional do planeta. É uma plataforma que fomenta conexões qualificadas, dissemina conhecimento e impulsiona carreiras e negócios em escala global.

Entretanto, à medida que seu alcance e relevância cresceram, também surgiram práticas oportunistas com o objetivo de manipular o algoritmo de distribuição de conteúdo. Entre elas, destacam-se os chamados engagement pods — também conhecidas como “panelas digitais” criadas para inflar artificialmente métricas de engajamento.

O que são os engagement pods

Os engagement pods são grupos fechados, geralmente formados fora do LinkedIn (em canais como WhatsApp, Telegram ou Slack), onde os participantes combinam previamente para curtir, comentar e compartilhar as publicações uns dos outros de forma coordenada.

O mecanismo é simples: ao gerar um pico inicial de engajamento, esses grupos induzem o algoritmo a interpretar aquele conteúdo como “relevante”, ampliando sua distribuição de forma desproporcional e artificial.

À primeira vista, essa prática pode parecer inofensiva. No entanto, ela viola a lógica meritocrática da plataforma e corrompe a confiança que sustenta o ecossistema do LinkedIn.

Os riscos dos pods para a reputação do LinkedIn

O uso sistemático dos pods não é apenas antiético, mas é considerada uma ameaça estrutural à credibilidade do LinkedIn. Entre os principais riscos, destacam-se:

  • Ilusão de autoridade – perfis parecem influentes, mas sua relevância foi inflada artificialmente;
  • Erosão da confiança – o feed privilegia quem manipula métricas, não quem entrega valor real;
  • Ambiente tóxico – o networking genuíno perde espaço para grupos que buscam apenas métricas vazias;
  • Desestímulo aos criadores sérios – profissionais que investem tempo e conhecimento acabam competindo com conteúdos turbinados artificialmente.

O ambiente criado pelo LinkedIn, tem o propósito de ser colaborativo e meritocrático, essa distorção mina a experiência do usuário e ameaça a credibilidade da própria plataforma.

O paralelo com o SEO: quando o Google declarou guerra ao black hat

A atual decisão do LinkedIn de combater os engagement pods remete a um movimento histórico do Google no universo do SEO. Durante anos, práticas de black hat SEO — como compra de backlinks, keyword stuffing e esquemas automatizados — inflavam artificialmente posições nos rankings de busca.

Com o tempo, o Google implementou atualizações robustas no core do algoritmo, passando a priorizar conteúdos que atendem aos princípios do E.E.A.T. (Expertise, Experience, Authoritativeness, Trustworthiness).

Esse realinhamento forçou uma transformação no mercado: quem entregava valor genuíno passou a ser recompensado; quem dependia de truques foi penalizado.

Hoje, o LinkedIn segue a mesma trilha estratégica: valorizar originalidade, consistência e credibilidade em detrimento de métricas artificiais.

O que realmente constrói reputação no LinkedIn

Enquanto os pods oferecem picos efêmeros de visibilidade, eles não constroem influência, autoridade ou legado. A construção de reputação digital é um processo estruturado e contínuo que exige:

  • Publicação frequente de conteúdo original e estrategicamente alinhado ao posicionamento;
  • Demonstração de experiência prática e autoridade em temas relevantes ao mercado;
  • Engajamento genuíno com a comunidade, apoiando e comentando de forma construtiva;
  • Criação de conexões significativas, que gerem valor mútuo e abram espaço para colaboração real.

Reputação não se compra, não se terceiriza e não se força. Reputação se conquista com consistência, entrega e integridade.

Recomendo um artigo da Carolina Dostal sobre isso: O LinkedIn mudou! É a nova era da influência profissional.”

Uma decisão estratégica do LinkedIn

A iniciativa do LinkedIn de desarticular os engagement pods não é apenas uma mudança técnica no algoritmo: é uma ação estratégica para proteger seu ativo mais valioso — a confiança.
A mensagem implícita é clara:

“Nesta plataforma, influência não será medida pela intensidade da autopromoção, mas pela profundidade das contribuições.”

Essa diretriz alinha a plataforma com os princípios de redes profissionais de alta confiabilidade e fortalece sua proposta de valor como um espaço para construção de autoridade legítima.

O futuro pertence a quem joga limpo

Assim como o Google, o LinkedIn começa a separar o sinal do ruído.
Os profissionais e empresas que investirem em conteúdo autêntico, consistência estratégica e relacionamento de valor colherão os frutos desta nova era da plataforma.

O futuro do LinkedIn será construído por quem respeita o jogo — não por quem tenta hackeá-lo.

Guto Arruda

Especialista em SEO para o B2B
Levando Empresas à Relevância Online
Sócio na Orlen Digital

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